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Podcast 71 – PRATICANDO MUDANÇAS

Por:Julio Machado
Podcast

07

jun 2022

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Como dissemos no podcast anterior, a verdadeira mudança é uma mudança do nosso jeito de pensar, ou seja, da nossa percepção a respeito de tudo o que ocorre na nossa vida. Portanto, nem sempre está ao nosso alcance mudar os fatos, como também sabemos ser impossível mudar alguém que não seja nós mesmos. Vamos hoje dar alguns exemplos:

Marilene utiliza seu carro para dirigir-se da casa para o trabalho todos os dias. Como mora em São Paulo ela é uma séria candidata a pegar grandes engarrafamentos no horário do rush. Dia após dia reclama e se estressa com o trânsito, além de ser o primeiro assunto tratado ao chegar tanto no trabalho quanto em casa.

– Esse trânsito me matou hoje!
– O trânsito hoje estava no seu pior dia!
– Vou acabar adoecendo aqui nessa cidade…. e bla, blá, blá

Um dia, ouvindo uma palestra que dizia algo parecido com essa nossa reflexão, ela entendeu que a causa do seu sofrimento não era o trânsito, mas sim ela mesma. A maneira como ela lidava com esse fato é que a deixava doente. Como não estava no seu controle mudar o trânsito e ela não tinha outra opção de transporte que não fosse seu automóvel, então resolveu que iria fazer do limão uma limonada. Pensou em como poderia se aproveitar daquela situação e revertê-la a seu favor.

Bastou que ela se colocasse nesse outro estado mental, saindo da postura de vitima das circunstâncias, para que logo lhe ocorresse uma ideia genial. Matriculou-se então num curso de inglês, em que combinava a presença na escola apenas uma vez por semana com a audição diária de um Cd com aulas e exercícios gravados. Adivinhe então qual o momento em que escolheu para estudar as aulas do Cd e fazer seus exercícios. Exatamente… durante o engarrafamento, agora seu grande aliado. Ela aprendeu a se aproveitar do trânsito. Desta forma qualquer situação seria bem vinda, com ou sem engarrafamento. Se não fosse um curso de inglês, o trânsito agarrado poderia também ser uma boa oportunidade para se ler uma revista ou um livro.

Já o Raul e sua família tinham o hábito de almoçarem na casa de sua sogra aos domingos. O que também era comum de acontecer eram as brigas que travava com a sua mulher na hora de sair para ir embora. Normalmente ela é quem chamava o pessoal para sair e particularmente para o marido dizia que já estava bem atrasada para um compromisso na sua igreja, pedindo que ele encerrasse o seu jogo de cartas e fosse imediatamente para o carro. Meio a contragosto assim ele fazia, mas a sua contrariedade maior estava por vir. Ele ficava geralmente uns quinze minutos dentro do carro com as crianças esperando a mulher que se demorava com as despedidas e sempre se enrolava em mais um papo com as irmãs ou cunhadas.

Era briga na certa. Ele protestava: “você me apressa para sair e depois demora este tempão para chegar no carro.” Ela se desculpava e dava seus motivos, mas não o suficiente para evitar o seu mau humor e deixá-lo com a cabeça pesada pelo resto do dia. O que mais o irritava não era a hora que iam embora, mas o desaforo da mulher que o apressava e depois se enrolava para sair.

Ele pensava que era a esposa a causa do seu mau humor e da dor de cabeça dominical, até ler um livro chamado Amor e mudança, que fez a sua cabeça para que ele revertesse a situação. Pensou: ao invés de tentar mudá-la, mudo eu. Não quero mais me sentir mal todo final de domingo, além de ter que culpar os outros por isso.

A partir daquele insight ele mudou a sua atitude com a sua mulher. Todas as vezes agora que ela o chamava para ir embora no fim de tarde ele dizia: perfeitamente, meu bem, quando você estiver dentro do carro dê uma buzinada para mim que eu chego em dois minutos.

Assim ele continuava no seu divertimento, enquanto sua mulher, a mais apressada, iniciava o seu demorado ritual de despedida. Quando ela buzinava ele chegava no carro em menos de dois minutos e as brigas acabaram a partir desse novo posicionamento.

Não é querendo mudar os fatos externos e as pessoas que conseguiremos ser mais felizes, pois essa tática tem demonstrado que não dá os resultados que esperamos. Pelo contrário, quanto mais insistimos para que o outro mude, conforme a nossa expectativa, mais reforçamos a sua resistência em permanecer como está. O melhor que temos a fazer é nos empenharmos em mudar a única coisa que nos compete mudar: a nós mesmos. Essa é a maior AÇÃO que podemos realizar. Esse é o nosso verdadeiro aprendizado.

Valeu pessoal. Que tal examinar alguma zona de conflito na sua vida que poderia se modificar a partir de uma mudança sua e de um novo posicionamento. Fica então esse exercício como dever de casa.

 

Julio Machado

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