Por:Julio Machado
Podcast
ago 2016
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Ainda vigora que quem vive na correria é mais importante do que quem tem tempo para cuidar de si.
Por que não paramos, mesmo sabendo dos benefícios e da importância das pausas? O paradigma anterior nos respondeu que não paramos porque temos muito serviço para fazer. O paradigma que apontamos hoje tem uma outra resposta: quem pode parar para não fazer nada, ou para cuidar de si mesmo é gente “atôa”, sem serviço, que não tem o que fazer.
Daí, podemos constatar facilmente porque vigora na nossa sociedade a mentalidade de que quem tem tempo não é uma pessoa séria e que não tem tempo é que é mais importante. Dê uma olhada e veja o quanto de verdade isso contém. Até aquela expressão – “Êh vida boa!!!” Está a serviço dessa velha mentalidade, pois quando dizemos que uma pessoa tem uma vida boa, parece que é um insulto. O normal, o esperado seria dizer – “Êh vida dura!!!” ao invés de “Êh vida boa!”
Então ser estressado é o esperado, é o que da IBOPE, é o que nos coloca de bem com os outros, pois ninguém fica melindrado quando a gente está na correria, mas se você responder quando alguém te pergunta “como vão as coisas? – “Estou ótimo, bem de saúde, meu casamento está maravilhoso, a vida tranquila, consigo até guardar um dinheirinho no fim do mês!” Ao invés de ficar satisfeito com a sua felicidade a pessoa vai te achar alienado, esnobe e convencido. Pois no fundo a maioria espera como resposta: – “Como estou? Na luta, na correria.”
Note, que geralmente quando alguém te pergunta sobre trabalho o normal é dizer: –“Tá trabalhando muito?” É raro alguém perguntar: “Tá gostoso, tá produtivo, tá legal o seu trabalho?” Não, o que interessa é o muito e não o bom. Lembre que muito é quantidade e bom é qualidade.
E aí, você ainda quer continuar pregando a cartilha de que o bom é ser estressado ou quer dar uma de maluco beleza e dizer: É o contrário!
Fazer pausas, para viver uma vida com mais qualidade é a nova onda que eu quero surfar. Temos que admitir que, hoje em dia, estar na correria é que é a moda. Mas as conseqüências aparecem logo: ansiedade, falta de tempo, insatisfação no trabalho, conflitos nos relacionamentos, depressão, e assim por diante.