Por:Julio Machado
Podcast
ago 2016
Podemos perfeitamente gostar de uma pessoa e não amá-la. Saiba porque.
Minha filha leva um pedaço de pizza à boca e exclama toda satisfeita: Eu amo pizza!
Naquele momento, como que por brincadeira, eu pergunto:
– Você ama pizza ou gosta de pizza? E ela retruca:
– Qual a diferença entre amar e gostar de uma pizza. Não se pode amar uma pizza?
E respondi: – Sim você pode tanto amar como gostar de pizza. Só que quando a gente come estamos gostando da pizza.
E ela insistiu em saber: – E quando tem amor na pizza?
Conclui afirmando: – O amor está do lado de quem faz a pizza.
Aqui já evidenciamos uma diferença significativa entre estes dois conceitos: GOSTAR e AMAR.
Quando dizemos que gostamos de alguma coisa, de alguém, do trabalho, nós estamos nos referindo aquilo que recebemos, aquilo que nos satisfaz. E quando dizemos que amamos alguma coisa, amamos uma pessoa, o nosso trabalho, os animais, a nossa casa, isto quer dizer aquilo que oferecemos, aquilo que damos. E, essencialmente, o que uma pessoa a quem amamos mais quer receber é a nossa atenção.
A energia do gostar vem de fora para dentro e a energia do amar é de dentro para fora. Isso não quer dizer que gostar é ruim e que amar é bom. Apenas são diferentes. Só que entre as duas energias o amor tem uma qualidade superior, pois ele nos humaniza mais e também nos aproxima da nossa natureza divina.
No juramento nupcial não se promete gostar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, mas, sim, prometemos amar, pois ninguém gosta na hora da tristeza ou da doença. Afinal, a gente só gosta do que é gostoso. Quem segura a barra nestas horas é o amor. Sempre é gostoso ser amado, mas nem sempre é gostoso amar .