Por:Julio Machado
Podcast
jul 2016
CLIQUE NO PLAY PARA OUVIR
Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é interrupção… da vida.
Alguém ainda tem dúvida sobre a importância, tanto para a nossa saúde física quanto mental, em se pausar o trabalho, o estudo ou qualquer outra atividade onde normalmente estamos nos desgastando? Não estou me referindo apenas parar para não fazer nada ou para se distrair, o que também é muito bom, mas fazer aquelas pausas para também cuidarmos do nosso corpo e da nossa mente. É aí que recarregamos as nossas baterias internas, como por exemplo:
– nos envolvendo num hobby;
– fazendo uma caminhada ou ginástica que gostamos de fazer;
– na leitura de um bom livro;
– naqueles momentos de oração, de meditação ou de relaxamento.
Sem esses cuidados, a nossa percepção fica embaçada e, daí, passamos a ver o mundo tal qual aquela mulher que notava sujeiras nas roupas que a vizinha estendida no varal. Só que depois ela constatou que era a sua vidraça e não a roupa da vizinha que estava suja. Bastou limpar a sua vidraça que a sujeira da roupa desapareceu.
Podemos comparar essas pausas como quando interrompemos o uso do filtro de água para poder lavar as velas de barro que estão dentro dele. Basta usar o filtro para que, naturalmente, a vela vá ficando suja e dificultando a passagem da água. Porém ao limpá-la com regularidade, a água volta a fluir com mais abundância.
A comparação que eu mais gosto é a daquele lenhador mais experiente que ganhou um campeonato de lenhadores competindo com um jovem bem mais forte que ele. O seu segredo é que ele fazia pausas para afiar o seu machado enquanto o jovem só lenhava, sem fazer as pausas necessárias. Com isso o seu machado foi ficando cego e o trabalho rendeu menos.
Agora, por que sabendo e concordando com a necessidade de se fazer essas pausas, mesmo assim nós relutamos em fazê-las? Creio que a resposta á esta pergunta tem a ver com paradigmas? Para entendermos como um paradigma pode nos atrapalhar nesse negócio, vou fazer uma pergunta: Qual a desculpa que normalmente é dada por um empregado, por exemplo, para não se envolver numa ginástica laboral, que as empresas custam a implementar e angariar adeptos? A resposta costuma ser:– “Não posso parar porque tenho muita coisa para resolver… estou cheio de serviço.”
Para entendermos a contradição desse argumento vamos voltar à estória do lenhador. Você já imaginou ele dizendo que não pode parar para afiar o seu machado porque tem muita lenha para cortar, porque tem muito serviço? O que você diria para ele? -Deixa de ser burro sô. É o contrário!!! Você deveria parar para afiar o seu machado justamente porque tem muita lenha para cortar.
Isto é uma mudança de paradigma. Toda mudança de paradigma é sempre uma mudança de 180 graus. É o contrário! O motivo que damos para NÃO fazer as pausas agora se torna o motivo para o SIM.
Que tal incorporarmos na nossa vida este novo paradigma. Daí passaríamos a dizer:-“Preciso parar porque tenho muito serviço para fazer.”
A sua saúde, a sua produtividade e o seu prazer de viver agradecem.