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Podcast 33 – CERIMÔNIA DE CASAMENTO

Por:Julio Machado
Podcast

10

jul 2017

 

Hoje quero compartilhar com vocês uma experiência um tanto inusitada que vem acontecendo comigo nestes últimos cinco anos. Pois é, alguns amigos que não querem se casar em nenhuma igreja, me convidam a dizer algumas palavras na cerimônia do seu casamento, que geralmente acontece em algum salão de clube ou Buffet.

No começo eu fazia apenas uma pequena reflexão para dar um sentido à troca das alianças. Daí, o pessoal foi gostando e indicando para os amigos e, com o tempo,

o ritual foi ficando mais caprichado. Hoje ele se revela como uma experiência alternativa bem interessante e espiritual. Chamo-a de celebração poético-filosófica.

Começo fazendo uma contextualização do ritual como sendo a expressão de um trato entre os noivos. Um trato é bem mais espiritual do que um contrato. Contrato é o que se faz no cartório. De uma certa forma, um contrato é feito para se obter algumas garantias sociais. O que não é nenhum problema. Mas o que se quer numa cerimônia com um cunho mais espiritual é ir além das formas é atingir a essência do casamento, ou seja, uma aliança entre duas pessoas onde as palavras que agora fazem mais sentido são: fidelidade, confiança, doação, perdão, benção etc.

Quem inspira a maior parte do meu texto é o poeta Mario Quintana, que entre outras coisas diz:

O casamento não é um fim em si mesmo, mas UM MEIO, uma caminhada para ser conseguir algo maior. A meta não é o outro, mas com a ajuda do outro caminhar para uma meta maior. No fundo, você está procurando é por você mesmo.

Viver com quem se ama não é apenas uma oportunidade de conhecer o outro, mas é a maior chance de conhecer-se a si próprio.

Pois bem, outra coisa que enfatizo é que o casamento não é uma solução, mas UMA CONSTRUÇÃO. Normalmente, a compulsão de se casar e de viver junto nascem de uma dependência. As pessoas esperam um complemento para  suas carências e vêm no outro uma forma de “salvação”.

Agora, quando ele é encarado como uma construção, a postura é bem diferente, as pessoas não se casam para ser felizes…SÃO FELIZES E SE CASAM

Sendo assim poderíamos afirmar que, de um modo geral, “o casamento dá certo para quem não precisa de casamento, para quem não depende dele para se sentir feliz com a sua vida”.

O momento alto da celebração acontece quando os noivos, vão concordando e dizendo sim um para o outro, diante das seguintes afirmações:

Prometem não deixar a paixão fazer de vocês pessoas controladoras, respeitando a individualidade um do outro, lembrando sempre que o outro não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?

Prometem fazer da passagem dos anos uma via de aprendizagem e amadurecimento pessoal e não uma via de cobranças por expectativas e sonhos particulares não realizados?

Prometem que se deixarão conhecer um ao outro: suas crenças, seus sentimentos, suas fragilidades, seus medos, seus sonhos?

Prometem que continuarão sendo pessoas gentis e carinhosas, e que não usarão a rotina e o passar dos anos como desculpa para sua falta de humor?

Prometem que farão filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de vocês?

Prometem que não se deixarão abater pelas tribulações naturais de um casamento e que manterão a sua fidelidade um ao outro, sobretudo naqueles dias mais difíceis, como: na hora do aperto financeiro, das doenças e dos problemas particulares e familiares?

Prometem que cada um saberá responsabilizar-se por si mesmo sem deixar-se escravizar pelo outro e que saberão lidar com sua própria solidão, que casamento nenhum elimina?

Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: Declaro-os maduros.

 

 

Julio Machado

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