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Podcast 65 – VOCÊ CUMPRE AS SUAS PROMESSAS?

Por:Julio Machado
Podcast

28

mar 2022

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Vamos hoje dar mais uma dica de ouro no sentido de ajudar a fazer valer o nosso amor, sobretudo, nas relações familiares. Sabemos que não basta dizer que amamos nossos filhos ou companheiro. Como diz a canção: “Fala que me ama só que é da boca pra fora”. É preciso demonstrar na prática, com ações concretas, o quanto de atenção estamos dispostos a devotar a eles.

Então a nossa próxima dica é:  “Faça e cumpra promessas”.

Uma dos ingredientes mais poderosos para alimentar os nossos relacionamentos são os tratos que fazemos uns com os outros. Um trato ou uma promessa, é algo que deveria ser levado muito a sério, pois o seu descumprimento, seja por esquecimento ou negligência, passa para o outro a mensagem de que não nos importamos com ele. De que colocamos outras coisas na frente do nosso combinado, por dar a elas uma maior importância. O sentimento que normalmente a pessoa sente quando é destratada é o de menos valia, ou seja, de que ela tem pouco valor para quem fez o trato com ela. Muito parecido quando compramos uma mercadoria numa loja que promete levá-la no dia seguinte, mas acaba entregando-a só três dias depois. Pensamos na hora: passaram outras entregas na minha frente.

Quando prometemos para um filho fazer com ele um programa no início da noite, mas chegamos em casa atrasados sem dar nenhum telefonema avisando, podemos chamar isso de um mau trato. Sim, quando dizemos que as pessoas são maltratadas, isso não quer dizer que elas foram espancadas, mas sim que foram mal atendidas, que não cumprimos o trato com ela. Então acabamos de fazer um mau trato.

O trato é muito valioso naquelas vezes em que alguém precisa viajar e tem filhos menores. Normalmente estes ficam inseguros e fazendo chantagens para o pai ou a mãe não se afastarem. Basta fazermos um trato com a criança que o clima muda instantaneamente. Prometa para ela que dará um telefonema todas as noites; que trará para ela um presente da sua escolha ou que na volta vocês farão um passeio na sua lanchonete preferida. Nesta caso, a criança se sente prestigiada e até passa a querer que você saia logo de viagem para que o trato passe a vigorar. Recomendamos também selar o trato com um gesto tipo um aperto de mão, ou outra forma que sinalize que a partir daquele momento está valendo o combinado.

A grande vantagem do trato é que ele fica no seu lugar enquanto você está fora. É algo espiritual e solene, pois enquanto o trato está vigorando ele preenche a sua ausência e te faz presente no imaginário do outro. Sem o trato ficaria apenas um vazio e um talvez. Será que ele vai telefonar? Será que está se lembrando de mim? Vai trazer um presente, e assim por diante. Com o trato a dúvida dá lugar à certeza que faz com que o outro se sinta valorizado e querido.

Veja o caso dessa filha de um homem de negócios que nos contou como o pai valorizava esses bons tratos. Ela diz:

“Quando eu tinha 12 anos papai prometeu que me levaria com ele numa de suas viagens de negócio que aconteceria no verão. Passamos semanas falando sobre a viagem. Planejamos, que depois da reunião de negócios, iríamos no restaurante chinês comer nossos pratos favoritos, depois iríamos ao cinema e voltaríamos andando pela praia  saboreando um sorvete de caramelo. Fiquei muito ansiosa na expectativa dessa viagem. Afinal, chegou o grande dia. Viajamos e eu fiquei no hotel enquanto esperava papai terminar a sua reunião. As horas se arrastavam. Por volta das 18 horas, minha decepção foi enorme quando ele chegou ao hotel com um importante parceiro de negócios que nos convidou para jantar. Nunca hei de esquecer quando papai disse para ele: -Eu adoraria ir com você, mas hoje a noite tenho um compromisso especial com minha filha.
Seu parceiro deu então um sorriso e se despediu. Daí saímos só nós dois e fizemos tudo que havíamos planejado minuciosamente. Acho que aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida. Creio que nenhuma garota jamais amou o pai tanto quanto eu amei o meu naquela noite”.

Sem que precisemos fazer grandes e mirabolantes programações, na convivência do dia-a-dia temos muitas oportunidades para praticarmos esses bons tratos, não só com os filhos, mas também com o cônjuge e os amigos.

Imagine você tratar com a sua mulher, já na segunda-feira, que sairão para dançar no próximo sábado. A semana ficará toda preenchida com este trato pairando no ar como um bom fluido. Quando acontece de deixarmos para resolver o programa em cima da hora, ai não tem trato, e a semana ficará vazia. Por isso só as pessoas que prezam em honrar seus compromissos é que podem fazer tratos, pois é melhor não fazê-los do que prometer e não cumprir. A não ser que você queira visitar o inferno dos relacionamentos.

Estou convencido de que dificilmente descobriremos um modo de fazer um depósito na conta emocional dos nossos filhos que tivesse um maior impacto do que fazer tratos e cumpri-los. Pense nisso!

 

Julio Machado

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